sábado, 22 de outubro de 2011

Educar para as diferenças

            Vivenciamos uma época em que as diferenças tornam-se mais evidentes e a intolerância mais explicita. Uma das consequências desse processo é fenômeno denominado como bullying, que vitimiza inúmeros alunos das redes públicas e privadas de ensino.
             Este fenômeno que é evidenciado pela mídia não é algo recente na história da educação, mas ganhou notoriedade em decorrência de episódios em que as vítimas tornam-se algozes, como no caso do Rio de Janeiro. Em decorrência desses fatos trágicos, surge a necessidade de refletirmos sobre as causas e os efeitos da violência escolar.
            Do ponto de vista antropológico, temos que compreender o bullying como etnocentrismo, isto é, determinados grupos consideram seus valores, padrões éticos ou estéticos como superior ou referência a ser respeitada e valorada como única correta.  Ora, o resultado desta postura equivocada e discriminatória é a rejeição do que é diferente. E, o expediente para esta posição sectarista é quase sempre a violência.
            Surge, então, a questão: como evitar e minimizar este fenômeno que se generaliza nas escolas brasileiras? A resposta mais adequada é: educar para as diferenças. Torna-se necessário, portando, aos docentes e aos alunos fazerem da sala de aula o espaço referencial de acolhimento das diferenças e, sobretudo, de difusão de valores que valorize a diversidade cultural.
            Com base nessas considerações, podemos inferir que objetivo principal da escola é resistir e lutar contra a barbárie da civilização que encontra no bullying uma de suas expressões. Esta luta precisa ser fundamentada no esclarecimento, princípio que encontra nas correntes filosóficas do Iluminismo sua maior defesa como caminho para humanização do homem.
Mauro Antônio do Nascimento

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